segunda-feira, 5 de outubro de 2009

CRUZ E SOUSA



João da Cruz e Sousa é filho dos negros GuiIherme e Carolina Eva da Conceição, africanos sem mescla. O pai, pedreiro. Ela, doméstica e lavadeira.  Considerado o mestre do simbolismo brasileiro, nasceu em Desterro, hoje cidade de Florianópolis - SC, no dia 24 de novembro de 1861. Desde pequenino foi protegido pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa e sua esposa, que o acolheram como o filho que não conseguiram ter. O referido marechal havia alforriado os pais do escritor, negros escravos e patrocinou seus estudos até o fim do secundário. Tornou-se jornalista e integrante de uma companhia de teatro que viajou pelo país inteiro, nas duas funções atuou sempre como propagandista do abolicionismo. Foi indicado para promotor em Laguna, Santa Catarina, mas sua nomeação não se consumou devido aos preconceitos raciais dos meios mais influentes da cidade. Casou-se com uma jovem negra, Gavita Rosa Gonçalves em 09 de novembro de 1893 que tornou-se doente mental e com a qual teve quatro filhos. Como o principal poeta do simbolismo brasileiro, publicou, de 1893 até sua morte, "Broquéis", "Missal", "Evocações". Ao mesmo tempo que canta em linguagem culta e até hermética, sempre num nível formal alto, as coisas e pessoas "brancas, alvas e níveas", também são profusas em suas obras alusões que celebram coisas e pessoas "negras". 



Faleceu em 19 de março de 1898, aos 36 anos de idade, vítima da tuberculose, da pobreza e, principalmente, do racismo e da incompreensão. Sua obra só foi reconhecida anos depois de sua partida.   

Primeira edição de Faróis, Cruz e Sousa

Gavita, que ficou viúva, grávida, e com três filhos para criar. Após  a morte do escritor perdeu dois filhos, vitimados também pela tuberculose. Com problemas mentais, passou vários períodos em hospitais psiquiátricos, vindo a falecer. O terceiro filho, com a mesma doença, faleceu logo em seguida. O único filho que sobreviveu, que tinha o nome do pai, também faleceu vitima dessa doença aos dezessete anos de idade.

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